domingo, 5 de outubro de 2008

O Terror do Morumbi


Nada mais justo estrear esse blog escrevendo sobre um dos meus heróis de infância: Raí.
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A minha mais doce lembrança futebolística está intimamente ligada a ele: A final do Campeonato Paulista de 1998 entre São Paulo e Corinthians. O São Paulo vinha de uma vitória fácil na semi-final contra o Palmeiras; já o Corinthians, vinha de uma vitória suspeita contra a Portuguesa.
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O jogo suspeito em questão é a famigerada partida em que o árbitro Javier Castrilli prejudicou claramente a Portuguesa, fazendo jus à tradição lusa de ser lesada em momentos decisivos.
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A primeira partida da final foi vencida por 2 a 1 pelo Corinthians, com um gol polêmico de cabeça do zagueiro Cris em cobrança de escanteio. No momento da cobrança, o goleiro Rogério foi impedido por Vampeta de sair do gol e cortar o cruzamento. Considerando a forma que o Corinthians passou pela semi-final, logo imaginei que seria um campeonato de cartas marcadas. Mas durante a semana houve uma grande surpresa.
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Raí, que já havia anunciado outrora seu desejo de encerrar carreira no São Paulo, terminava seu contrato com o Paris Saint-Germain naquele ano e já estava de malas prontas para o clube paulista. Entretanto, ninguém esperava que ele pudesse jogar o Campeonato Paulista, era considerada uma contratação para o segundo semestre. A diretoria tricolor decidiu que o time precisava de seu talismã para reverter a situação da final e adiantou o retorno do meia. Os documentos foram enviados a Federação Paulista e Raí foi inscrito para final do Campeonato com a camisa de número 23.
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O ídolo chegou ao Brasil na quarta-feira, fez alguns treinos leves e foi pro jogo no domingo. O retorno do ídolo levou 80.000 pagantes ao Morumbi, e Raí correspondeu ao carinho. Fez um gol, deu assistência para outro e ainda desfilou a costumeira elegância levando o São Paulo à conquista do título. Parece que por brincadeira do destino, Raí que havia se tornado ídolo na França, fez um dueto de gala com França, o atacante, em seu retorno ao Morumbi.
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Raí foi o ídolo da minha infância e virou meu herói após a final do Paulista de 98.
Sempre que lembro do Raí, me vem à cabeça um fato curioso. Meu avô não conseguia falar Raí, não sei porquê, e chamava ele de Raíz.
Também não me foge da memória a forma como eu torci para que o Raí jogasse a decisão, como eu saí correndo e pulando pelo quintal do meu tio quando o Raí fez o gol e como fiquei triste quando ele se lesionou.
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No final das contas, o que eu tenho a dizer é:
Obrigado, Raíz!
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3 comentários:

Gabriel Castro disse...

Sensacional, jogo histórico! Outro que me marcou foi pela tragédia. Certa vez no "Morumtri", um grande animal, vulgo Gottardo, passou igual um trator e lesionou o Raí por 8 meses! (Escutei o grito dele lá da AZUL).

^^

Abraaaaaaaaaço!

Marcelo B. disse...

O jogador que quis jogar no PSG porque Paris enriqueceria mais ele culturalmente.

Tchelo disse...

O legal desse blog é que até agora, e com o meu, os únicos comentários são dos próprios "administradores"...

Mas vamos virar o jogo, assim como fez o RAÍZ naquela final... eu, como corinthiano, não trago tão boas e nítidas lembranças daquele dia... Mas eu lembro daquele golaço do DIDI, botando a bola no ângulo do Ceni. Em seguida ele foi comemorar com o Mussum e o técnico Zacharias...

inesquecível =´)