sexta-feira, 15 de maio de 2009

Mudança de Hábito - ...roNALdo

O vídeo a seguir é uma obra de arte e acho que não preciso falar mais nada.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Campeonato paulista: um título perigoso.

Por Gabriel Castro


Passado mais um campeonato paulista e suas devidas comemorações (essa última em especial poderia ser definida como COMEMORAÇÃO), surgem novamente grandes dúvidas a respeito do seu campeão.

Não vejo o Corinthians como um grande time, apesar da última consquista. Na verdade, o próprio campeonato mostra algo pertinente nos últimos anos: os elogios ao campeão não duram muito. Com exceção do São Paulo, os últimos campeões paulistas não tem chegado a lugar nenhum durante o resto da temporada.

Seria absurdo dizer que o campeão paulista é sempre um time ruim, mas, é muito coerente afirmar que sua conquista não significa muita coisa e o campeonato em si não anima tanto, pelo menos para os clubes considerados "grandes".

No ano passado o Palmeiras foi o vencedor e mais uma vez houve empolgação além da conta, nessa oportunidade mais por conta da imprensa. Apesar do time possuir boa qualidade técnica, acabou na promessa durante a temporada ao ser eliminado pelo Sport na Copa do Brasil e quase nem garantir uma vaga para a libertadores desse ano ao terminar na quarta colocação do Campeonato Brasileiro.

Nos Campeonatos Paulistas de 2006 e 2007, a "vítima" da vez foi o Santos. Apesar das duas conquistas do time praiano, ele acabou enterrado na areia. Em 2007, seu melhor ano, foi derrotado na libertadores pelo Grêmio e amargurou um vice no Brasileirão.

Pois bem, ficarei muito surpreso se o Corinthians conseguir algo de grande importância durante essa temporada. Creio que a equipe vai sofrer muito para garantir uma vaga na próxima libertadores, fato que já seria uma grande conquista.

Mas, de qualquer maneira, não quero tirar os méritos da conquista corinthiana. O time foi merecedor do caneco, pois não se ganha um jogo só em técnica ou tática. Os jogos mata-mata servem para provar isso, sendo a garra muita vezes a habilidade principal para vencer qualquer adversário. E não poderia deixar de apontar que o Corinthians teve uma "ajuda" fora da realidade nacional, algo realmente fenomenal. Porém, esse último fator dispensa comentários.


Apenas isso, o alerta está dado: muito cuidado!







Réplica. Por Marcelo Macedo

Não acho que seja motivo de 'alerta'.

E vou além discordando muito quando você diz que não vê o Corinthians como um grande time. Um grande time não garantiria uma classificação tão tranquila (não mais tranquila por puro relaxo) em um campeonato com times tão bem preparados como os que disputaram o Paulista desse ano e tampoco venceria os dois jogos contra o tri-campeão brasileiro reforçado.

E digo que não é motivo de alerta usando seus próprios argumentos:
o Santos foi vice-brasileiro em 2007. Acha pouco um vice-campeonato brasileiro? O mesmo vale para a colocação do Palmeiras no Brasileirão do ano passado, que ainda podia ir muito mais longe não fossem algumas cagadas do Luxa.

Vocês, são paulinos, estão muito mal acostumados. E não encarem isso como elogio. Uma hora ou outra, o São Paulo vai descer desse patamar de conquistas que se encontra no momento atual e se igualará aos demais times grandes. E aí será que esse discurso de que Paulista não significa muita coisa será mantido?
Asseguro que não.

Não estou dizendo que o Corinthians, por ser o campeão paulista, vai também ser campeão brasileiro e campeão de tudo em 2009. Mas no momento atual, provou ser o melhor time paulista. O que vier daqui pra frente só o futuro vai nos dizer.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

O Coringão voltooooou!



O Campeonato Paulista de 2009 pode ser dividido em duas partes. A primeira: quando o Ronaldo ainda não estava jogando. Nesta, o Palmeiras do Luxa mostrava-se imbatível. E a segunda parte: quando Ronaldo voltou a jogar. Daí acabou, não tinha mais jeito, o Corinthians seria, sem dúvida, o campeão.

Vale lembrar que este Paulistão possuía requintes especiais. Os 3 artilheiros do Brasileirão 2008 (Washington, Kléber Pereira e Keyrrisson) jogando em times diferentes por aqui. Ronaldo, hora ou outra, voltaria. Neymar, hora ou outra, despontaria. Um time tentava o bi do Paulista e vinha forte. O outro é atual campeão brasileiro e vinha forte. O outro é atual campeão da série B e vinha forte. E quais surpresas viriam do interior? Enfim, ninguém poderia dizer que esse não é um dos campeonatos mais fortes do Brasil.

Para as semi-finais, depois de 9 anos, classificaram-se os 4 grandes de São Paulo. O Palmeiras que foi líder grande parte do campeonato manteve a primeira posição, seguido pelo São Paulo, que nas últimas rodadas passou o Corinthians, classificado em terceiro, e o Santos que garantiu presença na última rodada com gol (num pênalti estranho, diga-se de passagem) nos últimos minutos.

Sinceramente, como corintiano precavido que sou, não me apetecia a idéia de enfrentar o São Paulo na semi. Mesmo sabendo que o Timão cresce nas finais e que o Tricolor em semi contra o Corinthians tem um histórico amarelo, a idéia desse confronto me causava certo desconforto. Afinal de contas, estamos falando do inquestionável Tri-campeão brasileiro, que agora parecia embalar no Paulistão.

Porém, como dizem os sábios, para sermos campeões não devemos escolher adversários. E o Corinthians queria, mais do que ninguém, esse título.
Para provar, de uma vez por todas, que "o coringão voltoooou!" e que aquela fase negra (entendam como 2007. Entendam como Zelão, Fábio Ferreira, Iran, Moradei, Finazzi e Clodoaldo no mesmo time) se perdera em algum lugar sombrio do passado.

No primeiro jogo, no Pacaembú, antes mesmo dos 25 minutos, o São Paulo abriu o placar com Miranda. Talvez tenha sido um momento em que todos, exceto os corintianos, acreditaram que aconteceria o natural: o atual tri-brasileiro vencer o atual campeão da Série B. Mas essa crença não durou nem 5 minutos. Elias invadiu a área tricolor como quis e empatou. Porém o empate em casa ainda não era nada bom para o time que não tinha essa vantagem. A agonia duraria até o último minuto quando o Corinthians pressionava e o ex-corintiano Jorge Wagner (que já havia acabado com o São Paulo em outro Paulistão) fez o favor de não tocar a bola e deu a chance que o Timão queria. Cristian roubou, levou pro meio e encheu o pé, estufando as redes do pouco inspirado Rogério Ceni.



Foi o gol que eu precisava para pensar, sem qualquer medo: "Agora dá!"

Na outra semi, o Santos, na Vila Belmiro, também invertia a vantagem. E no segundo jogo venceria o Palmeiras mais uma vez. Mas como esse não é um post imparcial, isso dito acima é tudo sobre Santos X Palmeiras.

Pensei que para o segundo jogo, o técnico Mano Menezes viria com um time covarde, para se defender e não tomar gols, com o regulamento embaixo do braço. Vai funcionar, pensei. Afinal o Corinthians mantinha-se invicto e com a defesa menos vazada. Daria pra segurar um 0 a 0 no Morumbi. Ledo engano. O Timão veio pra cima do São Paulo sem querer saber quem era aquele time tricolor e quantos torcedores adversários haviam naquele estádio. E foi aí que brilhou a estrela maior.
Dez minutos e dois toques na bola bastaram para Ronaldo levar o Corinthians para a final. No primeiro, inversão perfeita para o Jorge Henrique, que poderia ter feito o gol ali, mas jogou na trave, deixando o rebote pro Douglas, sem goleiro, marcar. No segundo, um tapa por baixo da bola, tirando as chances de defesa do Bosco. E o Corinthians na final.

Se muito falei desta semi-final, pouco falarei sobre os dois jogos contra o Santos.
Explico: o Santos foi um time guerreiro nesse campeonato. E só. A técnica de Neymar ainda não veio tão a tona, o maior goleador do time é instável e os lampejos de grande jogador do pequeno Mádson são apenas lampejos. O Santos, com todo o respeito, não tinha como se equiparar ao Corinthians empolgado com um time fortíssimo E Ronaldo.

Um jogo só seria o suficiente. Com 10 minutos de jogo, Chicão, o zagueiro artilheiro do time, abriria o placar. Não muito tempo depois, ele mesmo deu um balão para a frente que na opinião dos santistas não poderia cair em pior pé. Ronaldo dominou com maestria e guardou o segundo. O time da Vila ainda esboçou uma reação com o gol de Triguinho, mas a tarde era dele:



Podiam entregar a taça ali mesmo. Mas nada mais justo que cumprir o regulamento e erguer a taça no Pacaembú, junto à Fiel.
Não sem antes ver o belíssimo começo de jogo santista que não deixava o Corinthians jogar. Abriram o placar com Kléber Pereira, de pênalti, e abriram os olhos do Timão, que deveria jogar. Num passe de Dentinho, André Santos bateu forte e saiu pro abraço. Ducha de água fria para os santistas otimistas, que precisariam ver mais 3 gols santistas e acabaram não vendo mais gol nenhum.

Final de jogo e o Corinthians, merecidamente, O CAMPEÃO PAULISTA DE 2009.

Campanha impecável, nenhuma derrota. Fato que não acontecia desde 1972.

Méritos de:
Mano Menezes - fechou bem o time na fase classificatória e veio com tudo nas finais. Inteligentíssimo.
Felipe - já foi muito criticado por alguns torcedores e sempre calando a boca destes, fazendo defesas absurdas. Goleiraço!
Alessandro - cresceu incrivelmente, tem raça, marca bem e chega com perigo ao ataque. Surpreendente.
Chicão - jogou muito, xerifão da zaga alvi-negra e ainda por cima deixou vários gols. Salvador.
Willian - Começou mal o campeonato, mostrou-se instável, mas cresceu quando precisou e ajudou o time com sua liderança. Capitão!
André Santos - tem gente até querendo vê-lo na seleção. Acho que ainda não, mas reconheço nele um grande lateral esquerdo. Brilhante.
Cristian - Volante como volante deve ser. Sem gracinhas, raçudo, encosta bem no ataque e tem chute preciso. Importantíssimo.
Elias - não perde uma! Habilidoso, quase nunca erra, é inteligente e criativo. Depois do Ronaldo, é sem dúvida o melhor jogador do Corinthians. Fantástico.
Douglas - fez um campeonato irreconhecível. Talvez por conta da lesão, jogou mal grande parte do Paulsita, mas recuperou-se e voltou a jogar bem. Tranquilo.
Jorge Henrique - Corre muito, ajuda a zaga, ajuda o meio-campo, ajuda geral, mas cai demais. "Perfeito taticamente" (por Mano Menezes)
Dentinho - habilidoso, corintiano e maloqueiro, dá raça pelo time. No entanto, necessita ser mais objetivo. Fiel.
Ronaldo - Não jogou o campeonato inteiro e tornou-se artilheiro ao lado do Chicão. Recuperou a boa forma, voltou a correr bastante e fazer o que mais sabe fazer: gol. Sabe como ninguém o que fazer com a bola. Gênio. Fenômeno.

E também: Diego, W. Saci, Fabinho, Moraes, Boquita, Otacílio Neto e outros que contribuíram em menor escala para esse título.

Parabéns, Corinthians!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O City que eu montaria com 100 milhões


Sendo curto e grosso: jogador nenhum vale 100 milhões. Futebol é um esporte coletivo, que vive da variedade de estilos e características. É assim que grandes equipes se tornam vencedoras. A mal-sucedida transação de Kaká para o agora poderoso Manchester City me fez pensar: e se o sheik Mansour me desse a "difícil" tarefa de montar uma equipe com 100 milhões de libras?

Bom, primeiramente há de se considerar que este não é o "dream team" mundial. 100 milhões é muita grana, mas não dá pra comprar os melhores jogadores do mundo. São apenas atletas que acredito ter algum (mínimo) potencial, algumas pechinchas, outras contratações mais caras, tudo com objetivo do City ter uma base forte o suficiente para ser um time de primeiro escalão mundial. Os valores foram baseados numa pesquisa básica sobre o consenso do mercado. Para ajudar, os "encostos" do City ajudarão como parte do pagamento.

O time atual

Nem todo o City é de se jogar fora. Aliás, até agora vários jogadores teriam espaço no time mesmo após os reforços. Não mexeria nos 2 goleiros, por exemplo. O recém contratado do Newcastle Shay Given é um goleiraço, titular absoluto. E Kasper Schmeichel, o filho do velho Schmeichel, surge com grande potencial. Micah Richards, Dunne e Kompany são bons zagueiros, Wayne Bridge, ex-Chelsea, é bom lateral, bem como os atacantes Shaun Wright-Philips, Craig Bellamy e Robinho (titular absolutíssimo). O meia holandês De Jong surge como promessa.

Os reforços

Começando com a zaga:

Curtis Davis (Aston Villa, $5mm)



Zagueiro incansável de 23 anos, recentemente convocado pra seleção inglesa, presente na excelente campanha do Villa nesta Premier League.

Pedro Geromel (Köln, $5mm)









Desconhecido no Brasil, Geromel vem mostrando ser um zagueiro técnico e regular, sendo eleito o melhor da Bundesliga no primeiro turno. Participou da excelente campanha do português Vitória de Guimarães em 2008. Pechincha.

Cicinho (Roma, $5mm)









Cícero não foi bem em sua passagem pelo Real Madrid, mas é uma boa opção de lateral "barato".

Kléber (Internacional, $2mm)









Nada mal levar um lateral de seleção brasileira por módicos 2 milhões. Não é mais o mesmo de 2 anos atrás mas ainda conta com sua técnica. Boa briga com Bridge pela posição.

Meio campo:

Daniele De Rossi (Roma, $20mm + Elano)









Aqui vai a primeira grande contratação. De Rossi é hoje um dos melhores volantes do mundo. Além de marcação, tem alta classe na saída de bola, além de bom chute. Seria um peso enorme sua presença no meio campo do City. Elano vai de brinde.

Stewart Downing (Middlesbrough, $8mm + Garrido + Ball + Petrov)









Com certeza o pacotão de "brindes" seduziria um time como o Boro a liberar o elegante Downing por apenas 8 milhões, já que ele é basicamente o "único" jogador do time. Excelente como segundo volante, 24 anos, ótimo investimento.

Bastian Schweinsteiger (Bayern de Munique, $12mm)









Nova geração alemã, meia de grande técnica com um estilo parecido com o de Frank Lampard. Arma, bate falta e escanteio, tem bom chute.

Hernanes (São Paulo, $20mm)









Acredito que 20 milhões de libras sejam suficientes pra tirar Hernanes do Tricolor. Craque, joga em qualquer time do mundo, seu estilo é perfeito para um "right midfielder" inglês.

Ataque:

Joffre Guerrón (Getafe, 5$mm + Vassel)










Forte e rápido, o ideal para um "winger" na Inglaterra. Ainda subestimado, atacante que provou seu valor ao estar na vitoriosa campanha da LDU na Libertadores. Não tem muita técnica mas daria muito trabalho aos zagueiros. Veterano Vassel como parte do pagamento.

Nilmar (Internacional, $7mm)










Sempre fui fã de Nilmar, o jogador mais rápido que já vi jogar (tenho 22 anos), habilidoso, que parte pra cima, e de quebra matador. Talvez poderia haver uma "torsão" de nariz por ser um jogador fisicamente fraco, que se machuca muito, jogando numa liga cruel como a BPL. Mas eu acredito no moleque infernizando os zagueiros ingleses.

Yuri Zhirkov (CSKA, $5mm + Bojinov + Caicedo)










O winger (apelidado de "Ronaldinho Russo") é bastante versátil, pode atuar também como lateral ou meia.

Ricardo Oliveira (Real Bétis, $3mm + Jô)









Bem que eu queria um Villa, um Lavezzi, um Aguero, mas esses nomes estão hoje cada um avaliados em 50 milhões. Cada time quer valorizar ao máximo seus atacantes. Então, vai você mesmo, Ricardo Oliveira. Praticamente uma troca com Jô mais uma compensação financeira. É matador, acredito que se encaixaria no futebol inglês com uma base forte.

Kléber (Cruzeiro, $3mm)










Até esse ponto, sobrou só 3 milhões. Minha escolha aqui se sobrasse mais 10 seria Jesus Dátolo, winger ex-Boca que foi para o Napolli. Então, aqui vai uma aposta, talvez contestada: Kléber "Gladiador". Apesar de não gostar muito do jogador (já taxado por muitos de mau caráter), queria pagar pra ver se ele ia dar e aguentar porrada na cruel liga inglesa.

***

Enfim, esses são os 13 reforços que eu provavelmente conseguiria trazer com 100 milhões de libras. Bairrista ou não, 7 jogadores são brasileiros. Observando que 60% do investimento total ficou só no meio campo, com 4 contratações, seguido do ataque, com 23% e a defesa, 17%.

O time base
no 4-3-3 seria (a "mistura" ideal fica pro técnico):

A: Given; Cicinho, Geromel, Davis e Bridge; De Rossi, Hernanes e Schweinsteiger; Wright-Philips, Robinho e Ricardo Oliveira.

B: Schmeichel; Zabaleta, Richards, Dunne e Kléber; Downing, De Jong e Zhirkov; Guerrón, Nilmar e Kléber.

Um timaço, não acham?

domingo, 12 de outubro de 2008

Os grandes da Premier League

Arsenal

Técnico:
Arséne Wenger
Capitão: Gallas
Craque: Fabregas
Revelação: Walcott
Promessas: Bendtner e Wilshere
Contratação da temporada: Nasri

Jovem, rápido e dinâmico. Assim posso definir o time de 3ª maior torcida da Inglaterra. Na minha opinião, tem o toque de bola mais envolvente do mundo. Os Gunners têm em Césc-Fabregas seu "centro gravitacional", como diria Milly Lacombe. Inteligente e objetivo, chegou no clube há um bom tempo - provando que a teoria de investir em jovens promessas e colocá-las aos poucos na equipe principal vem dando certo. Caso do atacante Theo Walcott, não mais promessa, mas realidade. Os rápidos laterais Eboué e Clichy compõem excelentes opções ofensivas, apóiam e também têm o vigor físico necessário para marcar. Adebayor é a referência no ataque. Isso sem contar o atacante de 16 anos Wilshere, que pinta como um futuro craque.

Porém, nem tudo são flores. Esta juventude e força técnica, embora interessantes a longo prazo, acabam tirando pontos importantes na disputa pelo título nacional. Nas últimas temporadas, ao perder a maioria dos confrontos para os outros grandes, a equipe provou que precisa de um amadurecimento.

Palpite: 4º na liga. Na Champions League? Bom, aí tudo pode acontecer.


Chelsea

Técnico: Luiz Felipe Scolari
Capitão: Terry
Craque: Lampard
Revelação: Obi-Mikel
Promessas: Di Santo e Fábio Paim
Contratação da temporada: Bosingwa


Assim como o primo londrino Arsenal, o Chelsea nunca venceu uma Champions League. Nesta temporada, Abramovich quis porque quis Felipão como comandante da estrada para Roma. Ótima escolha, diga-se de passagem. Além desta estrela no banco de reservas, o grande diferencial do Chelsea está na experiência e disciplina tática de seus jogadores.


A referência está no conjunto, seja no brilhantismo de Lampard (para mim, o melhor jogador do mundo atualmente), no comando de Terry ou nos gols decisivos de Drogba. Jogando com uma variação de 4-3-3/4-5-1, os Blues costumam sufocar seus adversários, principalmente em Stamford Bridge - onde a última derrota aconteceu há 2 anos para o campeão europeu Barcelona. Considero Terry, Carvalho, Bosingwa e Ashley Cole a melhor linha de 4 defensiva do mundo. E os números provam isto: nas 4 últimas temporadas o Chelsea teve a melhor defesa da Premier League. Na última, somando todas as competições, a equipe perdeu apenas 5 partidas.


Porém, nem tudo são flores. Uma característica (ou sina) da equipe é que, além de sempre fracassar em disputas de pênaltis, os principais jogadores sofrem e muito com lesões. Em 2007, Ballack ficou 8 meses fora. Cech fraturou o crânio e ficou 6 meses de molho. Terry parou por 4 meses. Nesta temporada, logo de início Essien rompeu os ligamentos e ficará 6 meses parado. Drogba também se machucou e deve ser desfalque por 2 meses. Mesmo caso do recém chegado Deco, no DM há 1 mês. Ah, Ricardo Carvalho também está machucado. Enfim, deu pra perceber, né? Anelka não substitui Drogba à altura. Se em janeiro não houver alguma contratação de peso para o ataque (Villa e Lavezzi estão na mira), vejo o Chelsea cada vez mais distante do título europeu.


Palpite: campeão inglês. Na Champions League? Bom, aí tudo pode acontecer.


*Curiosidade: até agora, todas as “estréias” do Chelsea tiveram o mesmo placar. Na estréia da pré-temporada, 4x0 contra o Ghuangzou Pharmaceutical. Estréia da Premier League, 4x0 contra o Portsmouth. Estréia da Champions League, 4x0 contra o Bordeaux. Estréia da Carling Cup, 4x0 de novo contra o Portsmouth.

*Outra curiosidade: o Chelsea passou parte da pré-temporada em Macau, mesmo lugar onde Barcelona e Manchester também passaram quando foram campeões da UCL.


Liverpool

Técnico: Rafa Benítez
Capitão e craque: Gerrard
Revelação: Lucas
Promessas: Babel e El Zhar
Contratação da temporada: Robbie Keane

Rei dos torneios mata-mata, o Liverpool está na seca de títulos nacionais há 18 anos. Esta temporada é a grande oportunidade de sair da fila. Trouxe o experiente Robbie Keane para formar dupla de ataque com o melhor atacante da Premier League: o matador Fernando Torres.


Dos 4 grandes, é a equipe com o futebol mais burocrático. No geral, pode-se dizer que o Liverpool vence tanto grandes como pequenas equipes por placares apertados. 1x0. 2x1. Mas vence. Abusa da ligação direta, feia de se ver mas eficiente: Reina ou alguém de trás sempre lança a bola na referência do ataque, tentando a segunda jogada. O detalhe é que esse “punt” não é um chutão despretensioso-se-pegar-pegou: a equipe toda sabe se orientar para o rumo da bola e posicionar-se adequadamente.


Mas o que torna o Liverpool especial é Gerrard. Cérebro da equipe, é um dos poucos jogadores no mundo que sabe tanto armar quando marcar. E quando digo “sabe”, na verdade quero dizer: “sabe muuuuito”. Rápido, incansável, líder e dono de um chute mortal. Injustiçadíssimo por não ter sido eleito melhor do mundo em 2005 – sim, mesmo ano em que Ronaldinho Gaúcho encantou o mundo com suas habilidades de foca.


Porém, nem tudo são flores. O mesmo jogo burocrático que garante 3 pontos na maioria dos jogos está colocando o longo trabalho de Rafa Benítez sob contestação. O Liverpool sofreu para garantir sua classificação à fase de grupos da Champions League, ao vencer o confronto contra o fraco time belga Standard de Liége com um gol de Kuyt na prorrogação. Contra adversários menores, em casa, o Liverpool anda sofrendo neste início de Premier League, como o empate contra o Stoke City por 0x0.


Palpite: vice inglês. Na Champions League? Bom, aí tudo pode acontecer.



Manchester United

Técnico: Alex Ferguson
Capitão: Ferdinand
Craque: Cristiano Ronaldo
Revelação: Carrick
Promessas: Rafael da Silva e Eagles
Contratação da temporada: Berbatov

Juntamente com o Chelsea forma a base do English Team. Atual bicampeão inglês e campeão europeu, tem um meio campo extremamente forte e experiente. Scholes é a referência na armação, Carrick vem provando seu valor a cada dia e Hargreaves é uma espécie de Ballack mais jovem (e mais vencedor, diga-se de passagem).


O diferencial está na velocidade do ataque, com Cristiano Ronaldo, Tevez e Rooney. O português, que será eleito melhor do mundo pela FIFA, assume finalmente a condição de estrela do time. Apesar da polêmica envolvendo uma possível transferência para Madrid e uma cirurgia que o tirou da pré-temporada, o artilheiro da última Premier League já está voando em campo. Aliado a este ataque ágil está a segunda contratação mais cara da temporada, o centro-avante búlgaro Berbatov, ex-Tottenham.


Porém, nem tudo são flores. O elenco do Manchester é o mais envelhecido dos 4 grandes. Chegou ao seu auge na última temporada, vencendo tudo. A “aura” do time não é mais a mesma. Embora também aposte em jovens promessas, como o lateral brasileiro Rafael da Silva e o contestado (ao menos por mim) Anderson, ainda falta muito para uma renovação estrutural – como a que o Arsenal monta. Vale lembrar também a maldição dos campeões europeus: nas últimas 4 temporadas, sempre o campeão foi eliminado nas oitavas de final da temporada seguinte: Porto, Liverpool, Barcelona e Milan. Fato nada animador para os Diabos Vermelhos.


Palpite: 3º na liga. Na Champions League? Bom, aí tudo pode acontecer.


Até a próxima, amigos boleiros!

O país do futebol





Certa vez, algum brasileiro disse: "Os ingleses inventaram as regras. Nós inventamos o futebol." A frase obviamente se refere ao futebol mágico e pentacampeão da seleção canarinho - em contraposição a uma seleção supostamente burocrática e apenas uma vez campeã.


No entanto, por mais que os ingleses reconheçam a superioridade da seleção brasileira ao English Team, o fato é que, ao menos no torneio nacional, a Inglaterra é extremamente superior ao Brasil. A Premier League é, sem sombra de dúvidas, o torneio mais forte e bem estruturado nos dias de hoje. Foi-se o tempo em que as ligas italiana e espanhola reinavam no futebol europeu, centro das atenções mundiais.


E mais: não seria a Inglaterra o verdadeiro país do futebol? Embora tenha uma população menor, a terra da Rainha possui 40.000 clubes de futebol, contra 13.500 brasileiros. A segunda divisão - lá chamada de First Division, sendo a Premier League a primeira - possui média de público 50% maior que a primeira divisão brasileira. O futebol profissional chega até 7 divisões - aonde jornais como The Guardian e The Times chegam a publicar seus resultados. São esses e outros motivos que provam o amor dos ingleses pela bola.


As últimas 4 finais da Uefa Champions League contaram com pelo menos um inglês em cada: o campeão Liverpool em 2005 e vice em 2007; o vice Arsenal em 2006 e a final entre Chelsea e Manchester United em 2008. A primeira previsão que posso fazer é que pelo menos um inglês deve estar em Roma no ano que vem. Qual? Impossível dizer.


No próximo post farei uma análise “téquinica” dos principais clubes ingleses.

Brasil X Venezuela

A Venezuela cometeu o mesmo erro que o Chile havia cometido duas rodadas atrás nas eliminatórias: achou que venceria o Brasil e partiu para cima embalada pela euforia das arquibancadas. Ledo engano. O Brasil venceu por 4 a 0 em ritmo de treino, praticamente andando em campo.

Não precisa ser muito inteligente para perceber o ponto fraco da Seleção Brasileira. O Brasil não tem criatividade para jogar contra times defensivos. E mesmo assim, mesmo possuindo um ponto fraco explícito, alguns adversários ainda adotam a arcaica filosofia de que o time da casa tem que atacar desesperadamente. Mas como você quer ser ofensivo com um atacante que tropeça na bola, um meio-campo não muito criativo e uma defesa que não vai segurar os contra-ataques?

No lado da equipe brasileira, o destaque foi o retorno de Kaká à Seleção. Mesmo nos momentos em que o jogo mais parecia uma pelada de fim de semana, Kaká mostrou objetividade e buscou o caminho do gol. Os estreantes Alex e Mancini tiveram pouco tempo para mostrar seu futebol, mas Alex entrou aparentemente melhor na partida.

O time da Venezuela até teve alguns momentos de brilhantismo com Vargas (pareceu ser o mais técnico da equipe), Guerra e Rojas. Inclusive, Rojas em lance ousado aplicou um elástico em Maicon. Mas no geral, a equipe grená não demonstrou muita qualidade e só chegou com perigo nos momentos que o Brasil dormiu em campo. Digo mais, nos momentos de sono profundo; porque dormir, a Seleção dormiu o jogo todo.

A realidade é que essa vitória só serviu para maquiar a fase sofrível do futebol brasileiro.

No final do 1º tempo, Robinho e Adriano foram questionados sobre a causa da facilidade encontrada na partida, eles alegaram que a movimentação do ataque brasileiro que facilitou as coisas. Provavelmente, quarta-feira no Maracanã, a Colômbia venha retrancada, então vamos ver se a movimentação do ataque é assim tão boa.

domingo, 5 de outubro de 2008

O Terror do Morumbi


Nada mais justo estrear esse blog escrevendo sobre um dos meus heróis de infância: Raí.
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A minha mais doce lembrança futebolística está intimamente ligada a ele: A final do Campeonato Paulista de 1998 entre São Paulo e Corinthians. O São Paulo vinha de uma vitória fácil na semi-final contra o Palmeiras; já o Corinthians, vinha de uma vitória suspeita contra a Portuguesa.
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O jogo suspeito em questão é a famigerada partida em que o árbitro Javier Castrilli prejudicou claramente a Portuguesa, fazendo jus à tradição lusa de ser lesada em momentos decisivos.
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A primeira partida da final foi vencida por 2 a 1 pelo Corinthians, com um gol polêmico de cabeça do zagueiro Cris em cobrança de escanteio. No momento da cobrança, o goleiro Rogério foi impedido por Vampeta de sair do gol e cortar o cruzamento. Considerando a forma que o Corinthians passou pela semi-final, logo imaginei que seria um campeonato de cartas marcadas. Mas durante a semana houve uma grande surpresa.
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Raí, que já havia anunciado outrora seu desejo de encerrar carreira no São Paulo, terminava seu contrato com o Paris Saint-Germain naquele ano e já estava de malas prontas para o clube paulista. Entretanto, ninguém esperava que ele pudesse jogar o Campeonato Paulista, era considerada uma contratação para o segundo semestre. A diretoria tricolor decidiu que o time precisava de seu talismã para reverter a situação da final e adiantou o retorno do meia. Os documentos foram enviados a Federação Paulista e Raí foi inscrito para final do Campeonato com a camisa de número 23.
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O ídolo chegou ao Brasil na quarta-feira, fez alguns treinos leves e foi pro jogo no domingo. O retorno do ídolo levou 80.000 pagantes ao Morumbi, e Raí correspondeu ao carinho. Fez um gol, deu assistência para outro e ainda desfilou a costumeira elegância levando o São Paulo à conquista do título. Parece que por brincadeira do destino, Raí que havia se tornado ídolo na França, fez um dueto de gala com França, o atacante, em seu retorno ao Morumbi.
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Raí foi o ídolo da minha infância e virou meu herói após a final do Paulista de 98.
Sempre que lembro do Raí, me vem à cabeça um fato curioso. Meu avô não conseguia falar Raí, não sei porquê, e chamava ele de Raíz.
Também não me foge da memória a forma como eu torci para que o Raí jogasse a decisão, como eu saí correndo e pulando pelo quintal do meu tio quando o Raí fez o gol e como fiquei triste quando ele se lesionou.
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No final das contas, o que eu tenho a dizer é:
Obrigado, Raíz!
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