segunda-feira, 4 de maio de 2009

O Coringão voltooooou!



O Campeonato Paulista de 2009 pode ser dividido em duas partes. A primeira: quando o Ronaldo ainda não estava jogando. Nesta, o Palmeiras do Luxa mostrava-se imbatível. E a segunda parte: quando Ronaldo voltou a jogar. Daí acabou, não tinha mais jeito, o Corinthians seria, sem dúvida, o campeão.

Vale lembrar que este Paulistão possuía requintes especiais. Os 3 artilheiros do Brasileirão 2008 (Washington, Kléber Pereira e Keyrrisson) jogando em times diferentes por aqui. Ronaldo, hora ou outra, voltaria. Neymar, hora ou outra, despontaria. Um time tentava o bi do Paulista e vinha forte. O outro é atual campeão brasileiro e vinha forte. O outro é atual campeão da série B e vinha forte. E quais surpresas viriam do interior? Enfim, ninguém poderia dizer que esse não é um dos campeonatos mais fortes do Brasil.

Para as semi-finais, depois de 9 anos, classificaram-se os 4 grandes de São Paulo. O Palmeiras que foi líder grande parte do campeonato manteve a primeira posição, seguido pelo São Paulo, que nas últimas rodadas passou o Corinthians, classificado em terceiro, e o Santos que garantiu presença na última rodada com gol (num pênalti estranho, diga-se de passagem) nos últimos minutos.

Sinceramente, como corintiano precavido que sou, não me apetecia a idéia de enfrentar o São Paulo na semi. Mesmo sabendo que o Timão cresce nas finais e que o Tricolor em semi contra o Corinthians tem um histórico amarelo, a idéia desse confronto me causava certo desconforto. Afinal de contas, estamos falando do inquestionável Tri-campeão brasileiro, que agora parecia embalar no Paulistão.

Porém, como dizem os sábios, para sermos campeões não devemos escolher adversários. E o Corinthians queria, mais do que ninguém, esse título.
Para provar, de uma vez por todas, que "o coringão voltoooou!" e que aquela fase negra (entendam como 2007. Entendam como Zelão, Fábio Ferreira, Iran, Moradei, Finazzi e Clodoaldo no mesmo time) se perdera em algum lugar sombrio do passado.

No primeiro jogo, no Pacaembú, antes mesmo dos 25 minutos, o São Paulo abriu o placar com Miranda. Talvez tenha sido um momento em que todos, exceto os corintianos, acreditaram que aconteceria o natural: o atual tri-brasileiro vencer o atual campeão da Série B. Mas essa crença não durou nem 5 minutos. Elias invadiu a área tricolor como quis e empatou. Porém o empate em casa ainda não era nada bom para o time que não tinha essa vantagem. A agonia duraria até o último minuto quando o Corinthians pressionava e o ex-corintiano Jorge Wagner (que já havia acabado com o São Paulo em outro Paulistão) fez o favor de não tocar a bola e deu a chance que o Timão queria. Cristian roubou, levou pro meio e encheu o pé, estufando as redes do pouco inspirado Rogério Ceni.



Foi o gol que eu precisava para pensar, sem qualquer medo: "Agora dá!"

Na outra semi, o Santos, na Vila Belmiro, também invertia a vantagem. E no segundo jogo venceria o Palmeiras mais uma vez. Mas como esse não é um post imparcial, isso dito acima é tudo sobre Santos X Palmeiras.

Pensei que para o segundo jogo, o técnico Mano Menezes viria com um time covarde, para se defender e não tomar gols, com o regulamento embaixo do braço. Vai funcionar, pensei. Afinal o Corinthians mantinha-se invicto e com a defesa menos vazada. Daria pra segurar um 0 a 0 no Morumbi. Ledo engano. O Timão veio pra cima do São Paulo sem querer saber quem era aquele time tricolor e quantos torcedores adversários haviam naquele estádio. E foi aí que brilhou a estrela maior.
Dez minutos e dois toques na bola bastaram para Ronaldo levar o Corinthians para a final. No primeiro, inversão perfeita para o Jorge Henrique, que poderia ter feito o gol ali, mas jogou na trave, deixando o rebote pro Douglas, sem goleiro, marcar. No segundo, um tapa por baixo da bola, tirando as chances de defesa do Bosco. E o Corinthians na final.

Se muito falei desta semi-final, pouco falarei sobre os dois jogos contra o Santos.
Explico: o Santos foi um time guerreiro nesse campeonato. E só. A técnica de Neymar ainda não veio tão a tona, o maior goleador do time é instável e os lampejos de grande jogador do pequeno Mádson são apenas lampejos. O Santos, com todo o respeito, não tinha como se equiparar ao Corinthians empolgado com um time fortíssimo E Ronaldo.

Um jogo só seria o suficiente. Com 10 minutos de jogo, Chicão, o zagueiro artilheiro do time, abriria o placar. Não muito tempo depois, ele mesmo deu um balão para a frente que na opinião dos santistas não poderia cair em pior pé. Ronaldo dominou com maestria e guardou o segundo. O time da Vila ainda esboçou uma reação com o gol de Triguinho, mas a tarde era dele:



Podiam entregar a taça ali mesmo. Mas nada mais justo que cumprir o regulamento e erguer a taça no Pacaembú, junto à Fiel.
Não sem antes ver o belíssimo começo de jogo santista que não deixava o Corinthians jogar. Abriram o placar com Kléber Pereira, de pênalti, e abriram os olhos do Timão, que deveria jogar. Num passe de Dentinho, André Santos bateu forte e saiu pro abraço. Ducha de água fria para os santistas otimistas, que precisariam ver mais 3 gols santistas e acabaram não vendo mais gol nenhum.

Final de jogo e o Corinthians, merecidamente, O CAMPEÃO PAULISTA DE 2009.

Campanha impecável, nenhuma derrota. Fato que não acontecia desde 1972.

Méritos de:
Mano Menezes - fechou bem o time na fase classificatória e veio com tudo nas finais. Inteligentíssimo.
Felipe - já foi muito criticado por alguns torcedores e sempre calando a boca destes, fazendo defesas absurdas. Goleiraço!
Alessandro - cresceu incrivelmente, tem raça, marca bem e chega com perigo ao ataque. Surpreendente.
Chicão - jogou muito, xerifão da zaga alvi-negra e ainda por cima deixou vários gols. Salvador.
Willian - Começou mal o campeonato, mostrou-se instável, mas cresceu quando precisou e ajudou o time com sua liderança. Capitão!
André Santos - tem gente até querendo vê-lo na seleção. Acho que ainda não, mas reconheço nele um grande lateral esquerdo. Brilhante.
Cristian - Volante como volante deve ser. Sem gracinhas, raçudo, encosta bem no ataque e tem chute preciso. Importantíssimo.
Elias - não perde uma! Habilidoso, quase nunca erra, é inteligente e criativo. Depois do Ronaldo, é sem dúvida o melhor jogador do Corinthians. Fantástico.
Douglas - fez um campeonato irreconhecível. Talvez por conta da lesão, jogou mal grande parte do Paulsita, mas recuperou-se e voltou a jogar bem. Tranquilo.
Jorge Henrique - Corre muito, ajuda a zaga, ajuda o meio-campo, ajuda geral, mas cai demais. "Perfeito taticamente" (por Mano Menezes)
Dentinho - habilidoso, corintiano e maloqueiro, dá raça pelo time. No entanto, necessita ser mais objetivo. Fiel.
Ronaldo - Não jogou o campeonato inteiro e tornou-se artilheiro ao lado do Chicão. Recuperou a boa forma, voltou a correr bastante e fazer o que mais sabe fazer: gol. Sabe como ninguém o que fazer com a bola. Gênio. Fenômeno.

E também: Diego, W. Saci, Fabinho, Moraes, Boquita, Otacílio Neto e outros que contribuíram em menor escala para esse título.

Parabéns, Corinthians!

Um comentário:

Marcelo disse...

É com pesar que reconheço os méritos do campeão invicto de um Paulistão que pelo menos pra mim deve ser esquecido (já que meu Norusca foi rebaixado)...

Tchelo e os outros loucos que me desculpem, mas tenho que fazer meus comentários (im) parciais analisando o Coringão:

Felipe: firuleiro
Alessandro: grosso
William: zagueirão
Chicão: +-
Elias: melhor jogador do time disparado, queria no meu time
André Santos: muitíssimo bom jogador, seleção não seria exagero
Cristian: bom e raçudo, bauruense e mau caráter
Douglas: enganador, craque de Série B, roubando o Coringão desde que a Série B acabou!
Jorge Henrique: corre em 90 graus
Dentinho: corintiano e maloqueiro como o Tchelo disse
Ronaldo: craque, craque, sem mais.
Otacílio Neto: maior gênio do futebol mundial de todos os tempos (hahahah)

De qqr forma, time guerreiro, não perdeu nenhum jogo e mereceu ser campeão, então, meus parabéns!